quarta-feira, 28 de setembro de 2011

FREGUESIA DE DARDAVAZ


REGIÃO                   CENTRO
SUB REGIÃO            DÃO LAFÕES
DISTRITO                VISEU
CIDADE                      TONDELA


FREGUESIA            
DARDAVAZ




HISTORIA

 A Freguesia com este nome confronta a Norte e Leste com as suas congéneres de Molelos, Mouraz e Vila Nova da Rainha; a Sul com a Freguesia de São Joaninho -Santa Comba Dão; e a Poente com a Freguesia de Barreiro, separada de Dardavaz, na sua maior parte, pelo Rio Criz que ali corre pachorrentamente desde a Várzea do Homem até à Póvoa do Lobo, que fica no limite sul da Freguesia. 

Aquele Rio que nasce na encosta leste da Serra do Caramulo, atravessa grande parte do Vale de Besteiros e banha várias localidades, a ultima das quais antes de atingir a Várzea do Homem é Molelinhos, célebre pela 

sua estação de arte rupestre, continua para sul em leito profundo, resultante da erosão das encostas e dos montes confinantes, estes sobre forma arredondada, de formações xistosas, pré-câmbricas, oferecendo ao visitante um conjunto panorâmico de rara beleza. 
Despede-se, como já se disse, da Freguesia de Dardavaz na típica povoação de Póvoa do Lobo, indo confluir no Rio Dão para, um pouco mais abaixo, as suas águas se irem juntar ao garboso Rio Mondego, portanto limites de Santa Comba Dão. 


Deve ainda acrescentar-se que as margens do Criz tanto na Várzea do Homem como na Póvoa do Lobo (pelas suas paisagens de características invulgares, aliadas à abundância de algumas espécies de peixes existentes no Rio) são locais privilegiados para lazer e de interesse turístico. 








Estes predicados naturais e a obra de arte que é a Ponte de granito da Várzea do Homem, sobre o aludido rio e a contígua praia fluvial que ali existe, constituem já um pólo de atracção no período Estival e que deve acentuar-se no futuro. 







Em relação à obra de arte que, segundo consta, terá sido reconstruída no local e à semelhança de uma ponte romana que ali terá existido, é merecedora de ser reclassificada e considerada de interesse publico. No que concerne ao património cultural/religioso da Freguesia destaca-se a Igreja Matriz que deve ter sido fundada, provavelmente antes da nacionalidade e terá sido edificada em local onde existiria uma antiga necrópole.



Há notícia de que ali próximo existiria também um pelourinho, mas actualmente não se conhecem os vestígios nem o local exacto. O que se pode constatar é que o Adro da antiga Igreja foi sujeito a uma pavimentação granítica e no lado Sul do mesmo foi edificado o edifício sede da Junta de Freguesia.


No lado nascente situa-se o Campo Santo, também beneficiado com obras de restauro e ampliação, formando tudo um conjunto em que se harmoniza o antigo com o moderno.

Além da antiga Igreja Matriz, cujo patrono é Santa Maria de Dardavaz, há a nova Igreja Paroquial e outros templos religiosos, mas todos de construção relativamente recente, a saber: em Dardavaz a Capela de São Sebastião; na Póvoa do Lobo, a Capela da Nossa Senhora da Boa Viagem; na Chancela, embora haja relatos de uma antiquíssima Igreja de São Romão ali se podem constatar apenas alguns vestígios de granito, actualmente conhecidos por "Almas de São Romão"; na Várzea do Homem a Capela de São Salvador, esta em substituição de uma capela antiga, mas da qual apenas resta a imagem de São Salvador, seu patrono; em Alvarim há a Igreja construída em estilo moderno, no local onde existia uma capela antiga e um cruzeiro em granito, mas só este foi poupado. 

A Igreja é dedicada a Nossa Senhora da Conceição, mas na qual se veneram ainda São Romão e São Silvestre; em Outeiro de Baixo a Capela de Nossa Senhora de Guadalupe; em Outeiro de Cima situa-se a actual Igreja Paroquial, edificada também em estilo moderno, devidamente ornamentada e com várias imagens, sendo a principal em honra do Coração Imaculado de Maria. Ainda a acrescentar que no lado Sul da Igreja envolta em viçoso arboredo, situa-se a Capelinha dedicada à Mãe do Amor Formoso e a Poente da Igreja existe um monumento, em azulejo, dedicado às mães de Dardavaz e ainda um cruzeiro, em granito, trazido das imediações da Igreja Antiga, o qual poderá, eventualmente, ter alguma relação com parte do pelourinho desaparecido do Adro Antigo; e na Póvoa da Sardinha existe a Capela da Sagrada Família. São estas as localidades que possuem templos, mas há mais 4 locais que se integram na Freguesia de Dardavaz e que são: Garrucha, adstrita a Dardavaz; Ribeiro do Soito e Feitais, adstritos ao Outeiro de Baixo e Castela e Casal Queimado adstritos ao Outeiro de Cima, como bairros respectivos. 
Os topónimos das povoações da Freguesia, no entender dos estudiosos em que baseámos o RESUMO, são de origem diversa como segue: Alvarim e Dardavaz terão derivado de nomes germânicos; Chancela de nome de coisas; Feitais da flora; Outeiro de Baixo, Outeiro de Cima e Várzea do Homem terão derivado da configuração do terreno; Póvoa do Lobo e Póvoa da Sardinha terão derivado de povoações pre-existentes; e Ribeiro do Soito terá derivado da hidrografia. 

Quanto ao povoamento do território que constitui a actual Freguesia, atentos alguns topónimos e a circunstância de em algumas povoações limítrofes existirem vestígios arqueológicos de períodos pré-históricos (como Molelinhos e Barreiro) pode depreender-se que esta região foi habitada desde era remota.
Documentalmente existem referências a esta região, concretamente em relação a propriedades existentes nos limites de Alvarim e nos de outras localidades confinantes, que foram doadas ao Mosteiro de Lorvão por Mário Gonçalves em 985 e mais tarde, em 1003, novamente propriedades de Alvarim retornaram à posse do mesmo Mosteiro conjuntamente com outras povoações e vilas, através da doação feita por Oveco Garcia. Face a estas duas doações por doadores diferentes, em espaço de tempo relativamente curto, se pode depreender que a posse do território naquela época era instável ao que não terá sido alheio o facto de ocorrer então a reconquista cristã, inevitavelmente com avanços e recuos.
Nas inquirições de D. Afonso III, em 1258, esta região é mencionada também, apresentando dois agregados populacionais principais, Dardavaz e Alvarim, onde é referida a existência de sete cavalarias. Daqui se pode inferir que o repovoamento desta zona terá sido a foro de cavalaria, logo com dispensa da prestação de impostos aos senhores das terras. Aparecem também mencionadas outras localidades, algumas delas que ainda hoje fazem parte da Freguesia, como sejam: Feitais, Casal Queimado, Chancela e Várzea e em que Dardavas ou Dardavaz figura como cabeça do Povoado Real, com a designação de Igreja de Santa Maria de Dardavaz, assim se mantendo esta denominação até aos nossos dias, o que demonstra uma continuidade notável quanto à fidelidade religiosa desta gente. 
 No aspecto de festas e romarias elas têm lugar nos seguintes locais e respectivas datas: em Dardavaz, no dia 20 de Janeiro, em honra de São Sebastião; na Póvoa do Lobo, no segundo Domingo depois da Páscoa, em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem; em Outeiro de Cima, no œltimo Domingo de Maio ou proximidades, em honra de Nossa Senhora do Amor Formoso; também em Outeiro de Cima no Domingo a seguir ao dia 24 de Junho em honra do Coração Imaculado de Maria; na Várzea do Homem, no primeiro Domingo de Maio, em honra de Nossa Senhora - Mãe da Igreja - e em 6 de Agosto, em honra de São Salvador; em Alvarim em 9 de Agosto em honra de São Romão; 
em Outeiro de Baixo, em 15 de Agosto, em honra de Nossa Senhora de Guadalupe, em Alvarim no dia 6 de Dezembro em honra de Nossa Senhora da Conceição; na Póvoa da Sardinha no œltimo Domingo de Dezembro; em honra da Sagrada Família; e em Alvarim no dia 31 de Dezembro em honra de São Silvestre. Destas festividades algumas são de celebração recente, sendo a de maior tradição a 




Festa de Nossa Senhora de Guadalupe que se iniciava com a procissão da respectiva imagem e de outras desde a Igreja Matriz antiga até à Capela de seu nome, em Outeiro de Baixo, onde tinha lugar a celebração da Eucaristia e sermão. 




A procissão era, regra geral, abrilhantada por uma banda musical, a qual também tomava parte nos momentos mais significativos, durante a celebração da missa e já da parte da tarde, abrilhantava o grande arraial como desfecho ou encerramento das festividades. Acorria a Paróquia em peso e a ela se juntavam peregrinos vindos das Freguesias vizinhas e até de outras bem distantes. A tradição ainda se mantém mas agora a procissão inicia-se na Igreja Matriz nova e as celebrações são mais singelas, mas nota-se ainda entusiasmo e fé na Padroeira. A propósito da tradição importa referir que em Alvarim, durante a Quaresma, a população reœne-se, à noite, num local denominado "Penedo" onde, em ambiente apenas iluminado por velas, são lembradas as almas dos habitantes já falecidos, aos quais são dedicadas orações e cânticos, encomendando-os a Deus, actos estes que culminam no Domingo de Páscoa, à noite, precedidos de procissão ida da Igreja local e que reflectem um profundo sentimento. é certo que em outras localidades da Freguesia se assinalam idênticas preces cuja intenção é sufragar as 

"Almas Santas do Purgatório", mas a singularidade da população de Alvarim considerar aquele local sagrado, se bem que sem qualquer ligação directa à Igreja, cumprido zelosamente todos os anos desde data imemorial, aquele ritual, parece significar que tal local esteja relacionado com actos de culto anteriores à Cristandade, designadamente o culto da Primavera, que aparece referido em outras tradições, precisamente na época em que a Natureza se transforma, fazendo renascer todas as plantas com suas flores e frutos.



Existem também três Associações, cada uma delas vocacionada para contribuir para o bem geral das nossas gentes, a saber: Associação Recreativa e Cultural de Alvarim, a mais antiga e que dispõe de várias apetências artísticas, principalmente no campo recreativo e cultural. Assim é que possui um Grupo de Teatro que, apesar de amador, tem levado a cabo a exibição de peças teatrais de assinalável mérito. 
 Trata-se do grupo designado TEA - Teatro Experimental de Alvarim, bem conhecido em todo o Concelho e com actuações em palcos diversos espalhados pelo país, sempre com muito mérito e assinalável sucesso. 


Associação Cultural e Recreativa de Lagedo, sediada em Outeiro de Baixo, cuja principal actividade é o desenvolvimento cultural recreativo e desportivo dos seus associados e familiares, estando particularmente vocacionada para os jovens. Assim, as suas actividades desenvolvem-se através do seu Grupo de Bombos, já com assinaláveis actuações; de uma Escola de Mœsica para prestação de conhecimentos teóricos e práticos, incluindo a execução de instrumentos, designadamente flauta, acordeão, guitarra e viola; aulas de ginástica aeróbica e no aspecto desportivo, uma equipa de futebol masculino e outra feminina, bem como natação e atletismo. 
 Associação de Solidariedade Social e Cultural da Freguesia de Dardavaz, cujo principal objecto é a assistência domiciliária aos idosos carenciados e o fornecimento de refeições aos mesmos. Estas associações estão todas devidamente integradas no meio e em pleno funcionamento.



Património Paisagístico: 

Parque de lazer junto ao Rio Criz em Várzea do Homem;
Parque de lazer do Lameiro em Alvarim; 
Penedo de Alvarim.


Gastronomia:


Chanfana

Ingredientes:

1kg de carneiro
200g de toucinho entremeado
2 Cebolas
2 Alhos
5dl de vinho tinto
Sal q.b
Pimenta
Louro
Cravinho

Preparação:

1.   Arranja-se um tacho de barro grande.
2.   Corta-se o carneiro (parte da perna) em bocados e o toucinho em tiras e põe-se dentro do tacho, juntamente com as cebolas cortadas em quartos e os alhos picados e o resto dos temperos.
3.   Deixa-se em repouso durante algumas horas (nunca menos de 10).
4.   Depois, tapa-se bem o tacho e põe-se a cozer deixando ferver em lume brando durante cerca de duas horas até apurar.
5.   Acompanha-se com batatas cozidas.









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