sexta-feira, 26 de agosto de 2011

FUSELO - AVES DE PORTUGAL



Fuselo
Limosa lapponica

Eis um exemplo das adaptações das aves ao tipo de alimento que buscam. Neste caso, estamos na 
presença de uma ave com bico curvado para cima e longo que utiliza para capturar invertebrados no lodo.

INDEFICAÇÃO

Ao observador, a característica mais saliente desta espécie é o seu enorme bico, fino e ligeiramente 
encurvado para cima. O aspecto geral é semelhante ao maçarico-de-bico-direito, diferenciando-se pelo 
dorso mais malhado, patas e corpo mais pequenos. Em voo, são visíveis mais algumas diferenças, como a 
cauda barrada e a ausência de painéis brancos nas asas. Na plumagem de Verão, o bico é escuro, assim 
como o dorso. Nessa época, o macho e a fêmea apresentam diferenças nas tonalidades, sendo o primeiro 
vermelho-ruivo nas faces, pescoço, peito e abdómen, enquanto a fêmea é mais pálida. Na plumagem de 
Inverno, apresente uma plumagem acastanhada, com o dorso riscado.

Abundância e calendário
O fuselo é um migrador de passagem e invernante. A população invernante concentra-se quase unicamente 
em apenas três ou quatro grandes zonas húmidas, enquanto que durante as passagens surge com mais 
frequência em pequenas lagoas e estuários. O melhor período de observação situa-se entre os meses de 
Outubro e Fevereiro, sendo esta uma espécie regular junto a grandes zonas estuarinas e sistemas 
lagunares junto ao litoral. Ocorre também em alguns pauis e rias do nosso território.

ONDE OBSERVAR
Esta limícola encontra-se sobretudo nas grandes zonas húmidas do país, sendo mais comum 
na metade sul do território. É muito rara no interior do país.
Entre Douro e Minho – pouco frequente nesta região, pode, ainda assim, ser observada
nos estuários do Lima, do Cávado e do Douro, embora em baixos números.

Litoral Centro –  a ria de Aveiro e o estuário do Mondego são os melhores locais de
observação. Na lagoa de Óbidos podem ser observados alguns bandos, sobretudo na
passagem migratória.

Lisboa e Vale do Tejo – pode atingir concentrações grandes no estuário do Tejo, que é
dos melhores locais para a observação da espécie, sendo de referir nomeadamente: as
lezírias da
 Ponta da Erva (incluindo os arrozais da Giganta), as margens lodosas perto de
Pancas e o sapal de Corroios. O fuselo também é regularmente observado no Parque do
Tejo
. Por vezes aparece na lagoa de Albufeira.

Alentejo – trata-se de um invernante comum no estuário do Sado, pelo que esta zona
proporciona boas oportunidades de observação desta limícola, assim como a lagoa de
Santo André
, onde está presente durante a passagem migratória.

Algarve – sem dúvida que a ria Formosa é o melhor local de observação do fuselo, que
pode ser observado com facilidade nas zonas lodosas e de sapal como nas
proximidades de Quatro Olhos, de Cacela-a-Velha e nas salinas do aeroporto de Faro.
Ainda como locais interessantes para a observação da espécie encontram-se a 
reserva
de Castro Marim
 e a ria de Alvor; ocasionalmente esta limícola aparece na lagoa dos
Salgados
; na costa ocidental podem também ser visto na Carrapateira e na Ribeira de
Aljezur, durante a passagem migratória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário